Tu Sabes o quanto sofri nas tuas mãos. Andaste anos a brincar com o meu coração, tal e qual como uma bola de futebol, uns tres anos?!- por isso considero que o facto de ter sobrevivido sem mazelas a tais maus tratos faz de mim praticamente uma heroina destas coisas do coração. A verdade é quue mitifiquei demasiado porque achava que eras único, especial, etc,etc. E, depois quando desapareceste da minha vida, agarrei-me a isso porque, como sabes o ser humano tem horror ao vazio e tambem não sou la muito boa a cortar laços. E talvez por isso, durante alguns anos, foste tendo algum poder sobre mim, pairando como um fantasma insistente, de modo que cada vez que eu tinha uma relação que podia pés para andar, reaparecias para me dares cabo da minha vida, e davas. Isto aconteceu duas ou tres vezes ao longo dos anos, o que me dava uma terrivel sensação de desespero, até que o tempo, a vida do dia-a-dia e o meu amor crescente pelo Tiago e o dele por mim arrumaram definitivamente o assunto. É claro que de vez em quando ainda me lembro de ti, de uma ou outra frase que tenhamos aprendido juntos, e que hoje usamos como nosso vocabulario regular. Não gosto de zangas e cheguei a pensar que a amizade poderia sobreviver a tantos episodios, voltas e reviravoltas, mas devo ter-me enganado, iremos ficar zangados para sempre. Vi umas actualizações tuas um dia qualquer, numas fotos tuas e de uma rapariga, fiquei feliz pode ser que com ela não cometas os mesmos erros que foram obrigados a destruir a nossa relação, e no meu intimo desejo-te o melhor. Como moras bem longe de mim, foi mais facil nunca mais nos cruzarmos. Porem, como estas coisas acabam sempre por acontecer e porque os meus amigos param exactamente no mesmo sitio onde trabalhas acabei por te rever. – E sabes? Já não eras a mesma pessoa que eu tinha amado. Se calhar nunca foste. Como sempre não conseguias estar ao meu lado, ou até ver-me daquela vezes que eramos obrigados a cruzarmo-nos num ou outro corredor. Mas o que senti na verdade é que me odiavas, da mesma forma que eu aprendi odiar-te. Sabes? É ironico e paradoxal, trantando-se que foste dos homens a quem mais me dediquei, a quem dei mais provas de amor, com quem fui mais tolerante e paciente. – E, finalmente, percebi aquilo que durante anos me tentaram dizer acerca desta assunto:, o meu suposto amor por ti há muito que não era amor, era um misto de saudade, de frustração por tudo se ter perdido, de pena de mim propria , de raiva, de orgulho ferido e, sobretudo, de muita teimosia. Tu apagaste-te completamente de mim, agora és apenas uma recordação de um tempo que vivi e passou para nunca mais voltar. A vida muda todos os dias e sou muito feliz desde que saiste por completo da minha vida. Há pessoas que nos fazem crescer e andar para a frente, e há outras que só servem para nos atrasar a vida. E tu tiveste esse dom, o de empatar a vida das mulheres que se interesam por ti. Imagino que ainda hoje tenhas todas as duvidas sobre o amor, e que nunca aprendas nada com ele. Se calhar a vida uns muda de outras não. Paciencia. Boa sorte para ti, hoje é tudo o que te desejo. E que tomes bem conta de ti. O que ficou de nós não fica mais comigo, fechei tudo o que me leva a ti, num lugar incerto a onde não sei o caminho de regresso. E desculpa se não era isto que um dia imaginavas para nós, mas eu tambem nunca imaginei vir a gostar mais de ti do que de mim, e de ficar da forma que fiquei, nunca me prometeste isso. Nem muito menos um mundo, eu é que dei aquilo que era meu, dei-te o meu mundo, e nem pensei no que poderia vir a seguir. Hoje não quero saber mais, nem saber por onde andas, nem que caminho vagueias agora. Por isso mesmo deixei Guimaraes para tras, e comecei a fazer a minha vida.