quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Falta-nos ainda metade


O amor para ti tem os dias contados. Ouve, mas ouve bem a chuva lá fora, ouve o vento frio, ouve lá no fundo as ondas do mar, que me relembram de ti, ouve a tua voz, as tuas palavras, que me dizias em noites quentes no verão, ouve a tua luta que era tanta, ouve as promessas que me fazias, ouve os sonhos que me prometias, mas ouve bem, ouve os amo-tes que saiam da boca para fora, ouve o longo caminho que percorremos para ficarmos juntos, ouve ainda o coração a bater das vezes que te mandava embora, ouve a cumplicidade que nos unia mas ouve não finjas que ouves, ou ouves com o coração ou então não ouças, ignora, ignora como ignoraste a parte de saberes que eu ainda corro nas tuas veias, ignora a parte que no fundo de tudo tens saudades minhas, das nossas brincadeiras e do nosso mundo. Queres ignorar e fingir que te esqueces-te que já fomos mais do que isto, que já escrevemos palavras que ninguém antes tenha escrito, queres ignorar que sem mim metade não faz sentido? Porque que finges que já não queres nada? Porque que finges que tudo acabou? Se ainda nos falta metade para construir? Ainda não sonhamos tudo, e ainda não prometemos tudo.
Falta-nos ainda metade!

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